Ontem o São Paulo assinou o contrato com a Rede Globo para os Brasileirões de 2012 à 2015, mas até agora ninguém sabia maiores detalhes sobre o acerto. Na nota oficial, muitos elogios protocolares, mas nada de concreto sobre o acordo.
A questão mais relevante – os valores da cota – permanecem em sigilo, muito embora Juvenal tenha dado a entender, em entrevista à Folha SP, que seria algo próximo de R$ 75 milhões (108% a mais do que o clube ganha hoje).
Mas agora já temos algumas informações sobre outros aspectos do contrato.
A primeira e mais relevante delas é sobre a obrigatoriedade da emissora em relação aos naming rights do clube. Sabia-se que esse era um dos entraves que ainda restava para o SPFC finalmente acertar com a Globo e por isso fiz esse questionamento ao Vice-presidente de marketing e comunicação do clube, Julio Casares.
Ele confirmou que o SPFC teve êxito nesse ponto, o que, ainda segundo Casares, auxiliará bastante o clube nas negociações para a venda do nome da Arena 25.
Como se sabe, a emissora carioca não menciona os nomes comerciais de estádios, seguindo sua política de não fazer propaganda de graça, o que dificulta a venda de naming rights (o Corinthians até agora não conseguiu vender o nome do Itaquerão; o Palmeiras também vem sofrendo para encontrar interessados).
Até agora sabia-se que os contratos com os clubes previam essa menção ‘sempre que possível’, ou seja, ficava sob a opção da emissora, o que não garante absolutamente nada. Mas, pelo que parece, o SPFC conseguiu estipular a obrigatoriedade do respeito aos naming rights, que passam a ter um valor de mercado bem maior.
Casares também falou que o clube obteve outras vantagens, sem entrar em maiores detalhes. Em entrevista ao Cartao Verde, da tv Cultura, João Paulo de Jesus Lopes destacou:
“Não temos muita informação sobre a cota dos demais clubes mas posso assegurar que a negociação toda, a parte extra que foi combinada, nos deixou sorrindo de orelha a orelha, então estamos nos sentindo muito compensados”.
Assim, acredito que as tais vantagens a que Casares se refere não dizem respeito aos valores da cota de tv, mas sim à questões não financeiras, tais como os naming rights. Talvez o sorrido de Juvenal na foto não seja meramente protocolar.
Por fim, a questão dos jogos do clube que serão exibidos na tv aberta. Para quem não lembra, durante as disputas com o C13, a emissora, em retaliação/ameaça ao SPFC, diminuiu drasticamente o número de jogos que seriam transmitidos no Brasileirão de 2011, afetando a exposição do clube e seus ganhos com patrocínio.
Como o SPFC acabou assinando com a Globo, imaginou-se que a emissora poderia mudar de idéia. Pois bem, o fato é que essa questão não é definida contratualmente, mas fica à cargo da emissora. Ou seja, tudo dependerá da boa vontade da família Marinho. Sobre o assunto, Casares disse que acredita que o clube voltará a ter uma boa quantidade de jogos na tv aberta.
João Paulo de Jesus Lopes também tem essa avaliação, até pelos fatores comerciais envolvidos:
“Isso é pressão de negociação. Acho que a questão de número de jogos é muito mais técnica do que política. Cada clube vai ser televisioando de acordo com o seu momento e com a visiblidade que lhe é inerente.
“SPFC, corinthians, Flamengo e Palmeiras tem grande visibilidade, um valor comercial muito elevado, pois suas coletividades tem um poder adquisitivo diferenciado.
É óbvio que os patrocinadores almejam esse alcance, então não tenho dúvida de q dependendo do desempenho técnico de cada time terão maior ou menor visibilidade.”
Um indicativo de que a avaliação de JPJL tem procedência é o fato de que a Globo vai reajustar os valores das cotas a cada ano em função da maior ou menor audiência dos jogos de cada time, segundo informa a Folha SP.
Assim, muito embora o São Paulo, tal como os demais clubes, tenha deixado de ganhar e muito sem a licitação do C13, ao que parece, ao menos não fez um acordo tão ruim assim com a Rede Globo.
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