domingo, 7 de abril de 2013

Mulher de Dênis corneta Rogério Ceni por falha em gol do The Strongest


A derrota para The Strongest rendeu críticas a Rogério Ceni. O goleiro do São Paulo levou uma cornetada da mulher de Dênis, seu reserva imediato no São Paulo, que não o perdoou pelas falhas cometidas no revés por 2 a 1 para a equipe boliviana na Libertadores.
De pênalti, Ceni fez o único gol do São Paulo na partida disputada em La Paz. No entanto, ele não escapou das críticas de Carol Paes Matos, que já trabalhou como repórter da Federação Paulista, e expôs sua insatisfação pelo Twitter.
Se a mulher de Dênis reclamou do primeiro gol sofrido pelo São Paulo, o segundo tento rendeu maior discussão. Ceni até tocou na bola em chute de longe de Cristaldo, mas a viu parar nas redes. O goleiro não admitiu a falha no lance e desconversou.
“Não, a altitude não me traiu. A bola foi batida, balançou bastante, claro que ganhou mais velocidade, mas não me traiu. Foi coisa do jogo. Eu fui para esquerda e quando fui voltar para a direita não tive força na mão”, explicou.

Com 15,9 % de chances, São Paulo precisa de fato inédito no ano por vaga


O São Paulo precisa quebrar uma série de barreiras para não repetir o vexame de 1987, último ano em que foi eliminado na primeira fase da Libertadores. Segundo o site Chance de Gol, a equipe de Ney Franco tem apenas 15,9% de chances de avançar para o mata-mata da competição sul-americana.
Isso se explica porque a equipe de Morumbi vai precisar fazer algo que ainda não fez no ano:  vencer um jogo de expressão. O time enfrentou o Palmeiras, Corinthians, Atlético-MG e Santos na temporada e conseguiu apenas um ponto no 0 a 0 com o rival do Palestra Itália
Outros dois duelos considerados de dificuldade aconteceram na altitude, com duas derrotas, diante do The Strongest e do Bolívar. Em São Paulo, o time ainda chegou a vencer por 2 a 1 o The Strongest, mas saiu do estádio ouvindo de seu próprio dirigente que a apresentação foi vergonhosa.
Mais do que ganhar um jogo de grande expressão, os são-paulinos precisaram quebrar uma invencibilidade de mais de dois meses do Atlético-MG. A última vez em que os mineiros saíram derrotado aconteceu no dia 03 de fevereiro para o Cruzeiro, no Campeonato Mineiro, na primeira partida da temporada. Na Libertadores, os comandados de Cuca são os únicos invictos, com 15 pontos em cinco jogos disputados.
“Em termos da vitória do Atlético-MG, não concordo com a sua opinião (sobre quebrar invencibilidade mineira). Temos todas as chances de vencer. O detalhe é que o resultado fica dependendo do outro jogo que não temos o controle. Matematicamente temos chances e o nosso dever é conseguir a vitória”, analisou Ney.
Derrotado na noite desta quinta-feira pelo The Strongest, por 2 a 1, o time brasileiro precisará derrotar o Atlético-MG por dois gols ou mais de diferença na última rodada e torcer por um empate entre Arsenal de Sarandí e o próprio The Strongest. Caso vença por um gol de diferença, a torcida é pela vitória do time argentino. As duas partidas estão marcadas para as 22h da quarta-feira, dia 17 de abril.
Há, ainda, a possibilidade da vaga ser decidida no sorteio. Isso acontecerá caso o São Paulo vença os mineiros por 2 a 1 e o The Strongest fique no empate por 1 a 1 com o Arsenal de Sarandí.

"Não trabalho com a chance de ser eliminado. Eu trabalho com a chance de me classificar. Não acho nada absurdo a gente vencer o Atlético-MG e ter os resultados combinados para nós", disse Rogério Ceni. 


Visitante forte, São Paulo viaja para encarar Botafogo e seguir na ponta


Visitante "abusado", o São Paulo viaja para Ribeirão Preto neste domingo para encarar o Botafogo-SP, às 18h30m, no Estádio Santa Cruz, pela 17ª rodada do Campeonato Paulista. Com cinco vitórias fora de casa (é o time que mais venceu em campos adversários neste estadual), o Tricolor entra em campo para consolidar a liderança (tem 35 pontos)  e tentar se distanciar da vice-líder Ponte Preta, com 34. O time que termina a primeira fase na ponta tem o direito de decidir os mata-matas em casa.
Apesar da boa situação no Paulista, o clima do São Paulo é ruim. O time patina na Taça Libertadores, corre risco de não se classificar às oitavas de final e vem encarando manifestações da torcida. Para avançar na competição continental, o Tricolor precisará vencer o Atlético-MG, melhor equipe do torneio até o momento, e ainda torcer para que o Strongest, da Bolívia, não vença o Arsenal, da Argentina, fora de casa.
O Botafogo, em sexto lugar, com 28 pontos, tenta ficar entre os quatro primeiros para ter vantagem nas quartas de final.
O árbitro será Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, com Daniel Paulo Ziolli e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa como auxiliares. A SporTV transmite o jogo ao vivo para todo o Brasil. O GLOBOESPORTE.COM acompanha a partida em tempo real a partir das 19h.
header as escalações 2
Botafogo: sem mistérios, Veiga já confirmou a escalação da Pantera com duas mudanças no setor defensivo. O zagueiro Cris e o volante Zé Antônio, que cumpriram suspensão, voltam ao time nas vagas de André e Gilmak, respectivamente. Com isso, César Gaúcho, que atuou na zaga contra o Ituano, na rodada passada, volta a jogar no meio. A equipe está confirmada com Rafael Santos; Igor, Cris e Preto Costa; Daniel Borges, César Gaúcho, Zé Antônio, Danilo Bueno e Giovanni; Francis e Nunes.
São Paulo: com pouco tempo de recuperação após o duelo contra o Strongest, pela Libertadores, o treinador Ney Franco irá escalar uma equipe alternativa para o confronto contra o Botafogo. O time provável: Denis, Rodrigo Caio, Lúcio, Rhodolfo e Cortez; Wellington, Fabrício e Cañete; Wallyson, Ademilson e Aloísio.

quem esta fora (Foto: arte esporte)
Botafogo: O meia Fábio Gama, suspenso.
São Paulo: Negueba e Luis Fabiano, lesionados; Rogério Ceni, Rafael Toloi, Edson Silva, Paulo Miranda, Carleto, Denilson e Paulo Henrique Ganso, poupados. Jadson e Osvaldo participaram de amistoso da Seleção na Bolívia, no último sábado, e folgam neste domingo.

header fique de olho 2

Botafogo: Vice-artilheiro do time com três gols, o volante Zé Antônio está de volta ao time e costuma crescer em jogos dentro do Santa Cruz. Conhecido pela forte marcação, o experiente jogador também leva perigo no ataque, principalmente nas cobranças de falta e nos chutes de longa distância.
São Paulo: Wallyson chegou ao São Paulo no início do ano e, após ficar na reserva, ganhou algumas oportunidades. Por mais que não tenha marcado, o atacante tem a confiança de Ney Franco, que gosta do estilo de jogo do atleta.

header o que eles disseram

Rafael Santos, do Botafogo: Vamos trabalhar em cima de nossas qualidades. É um jogo grande, que todo mundo quer jogar, mas vamos manter os pés no chão. A responsabilidade é do São Paulo e nós vamos trabalhar para conseguimos a vitória”.
Wallyson, do São Paulo: O Luis Fabiano é nosso goleador, nosso homem de referência, Infelizmente, ele não poderá jogar, mas o time está preparado e vai se sair bem”.

header números e curiosidades
* Quem mais venceu? Veja o histórico de confrontos na Futpédia.
* Desde 2001, São Paulo e Botafogo se enfrentaram seis vezes, quatro delas em Ribeirão Preto: no Paulistão 2001, o Botafogo venceu por 2 a 1; no Brasileirão 2001, empate por  2 a 2; no Paulistão 2009, vitória do São Paulo, por 2 a 1. Em 2011, deu Botinha: 2 a 1. Neste período, as duas únicas partidas na capital terminaram com goleadas são-paulinas: 5 a 0, em 2010, e 4 a 0, ano passado.
* O primeiro confronto entre São Paulo e Botafogo pelo Campeonato Paulista aconteceu há 55 anos e terminou empatado em 1 a 1, no Pacaembu.
* A maior goleada da história do confronto entre São Paulo e Botafogo pelo Campeonato Paulista aconteceu em 1967. O time da capital venceu por 6 a 0, no Morumbi.
header último confronto v2 (Foto: arte esporte)


O último confronto entre São Paulo e Botafogo acabou com goleada do time da capital: 4 a 0. No Morumbi, pela primeira rodada do Campeonato Paulista do ano passado, ainda sob o comando de Emerson Leão, a equipe contou com gols de Rhodolfo, Cícero, Édson Silva e Márcio (contra) para sair com a vitória.

Ainda sem marcar, Wallyson espera desencantar contra o Botafogo-SP



wallyson são paulo (Foto: Carlos Augusto Ferrari)


Wallyson é especialista em fazer gols, mas ainda não encontrou a rede com a camisa do São Paulo. Titular no duelo contra o Botafogo-SP, neste domingo, às 18h30m (horário de Brasília), no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, pela 17ª rodada do Campeonato Paulista, o atacante espera marcar pela primeira vez com a camisa do Tricolor. Sem Luis Fabiano, fora por conta de dores na panturrilha esquerda, ele será a referência do setor ofensivo.
Wallyson foi artilheiro da Libertadores de 2011 pelo Cruziero. Mesmo com a Raposa caindo nas oitavas de final, ele terminou a competição como o goleador, com sete gols.
- Estou tranquilo, confiante, trabalhando forte e me dedicando muito para marcar meu primeiro gol pelo clube. Será uma emoção muito grande. Espero que consiga sair neste final de semana - disse Wallyson, ao site oficial do São Paulo.
No São Paulo, o camisa 29, mesmo sem marcar, vem sendo importante. Ele participou diretamente de cinco jogadas de gol, com três assistências - duas para Luis Fabiano e uma para um gol contra.
- Estou procurando ajudar da melhor maneira possível. Com dedicação, com entrega, com passes. Espero seguir crescendo para fortalecer ainda mais a equipe - confia o atacante.

Torcida do São Paulo protesta diante do CT: Luis Fabiano é principal alvo


Cerca de 80 torcedores do São Paulo organizaram um protesto em frente ao CT do São Paulo, na manhã deste sábado. O grupo está insatisfeito após a derrota do time para o Strongest, na Bolívia, por 2 a 1, que deixou o clube em situação complicada na Libertadores, com risco de não passar à próxima fase. Luis Fabiano, que não jogou porque cumpre suspensão imposta pela Conmebol, foi o principal alvo das críticas. E Rogério Ceni, que falhou no segundo gol, foi o único jogador poupado pelos torcedores.
Aos gritos de "Luis Fabiano, amarelão, sai do Tricolor e vai jogar no Itaquerão", os torcedores também chamaram o atacante de "pipoqueiro". O presidente Juvenal Juvêncio e Adalberto Baptista, diretor de futebol, também foram duramente criticados.
protesto torcida São paulo (Foto: Marcelo Prado)Torcida protesta na porta do CT do São Paulo (Foto: Marcelo Prado)
Torcedores usaram ainda narizes de palhaço durante o protesto. Para garantir a segurança no CT, a Polícia Militar foi acionada e estacionou um carro dentro das dependências, mas não houve qualquer conflito.
- Ai, que saudade do tempo em que meu time jogava com vontade - gritavam os torcedores o tempo todo.
protesto torcida São paulo (Foto: Marcelo Prado)Torcida critica jogadores e dirigentes. Só Ceni é poupado (Foto: Marcelo Prado)

sábado, 6 de abril de 2013

Torcedores do São Paulo no Acre acompanham derrota em La Paz


Um grupo de quatro torcedores do Acre, da Embaixada de São-paulinos do estado, acompanhou a derrota do Tricolor para a equipe do The Strongest na noite desta quinta-feira, em La Paz, na Bolívia. O São Paulo perdeu e se complicou na disputa da Libertadores, mas isso não atrapalhou a festa e a emoção de quem saiu de longe para acompanhar o jogo. Com um custo menor em relação à uma viagem à capital paulista, os acreanos aproveitam os jogos que são realizados na Bolívia para ver de perto o time do coração.
São-paulinos do Acre na praça central, em La Paz, Bolívia (Foto: Cassiano Marques/Divulgação)
No percurso, os integrantes da Embaixada de São-paulinos no Acre (Espac) encararam uma altitude de 3.600 metros acima do nível do mar e uma viagem longa. No destino rumo à capital boliviana, eles saíram de Rio Branco e foram até Cobija, na fronteira entre Brasil e Bolívia, de carro (220 km de distância). Depois, enfrentaram um voo de cerca de uma hora até La Paz.
Esse é o segundo jogo que a torcida acompanhou em La Paz. O primeiro foi na derrota para o Bolívar, no dia 30 de janeiro, também pela Libertadores. Segundo o vice-presidente da Espac, Wesley Jucá, é mais econômico assistir um jogo do São Paulo na Bolívia do que em outros estados brasileiros. Além disso, a distância também é menor.
Wesley Jucá, vice-presidente da Embaixada dos São-paulinos no Acre (Foto: Arquivo Pessoal)Wesley Jucá, vice-presidente da Embaixada dos
São-paulinos no Acre (Foto: Arquivo Pessoal)
- Para ir à Bolívia nós gastamos cerca de R$ 700. Para ir à um jogo no Morumbi, por exemplo, as despesas superam os R$ 3 mil. Este e o segundo jogo do São Paulo que estamos acompanhando na Bolívia - disse Wesley.
A torcida do Tricolor paulista no Acre se reúne há sete anos, mas há um se tornou uma Embaixada de São-paulinos. A Espac conta com mais de mil torcedores cadastrados em Rio Branco, capital, e 150 em Cruzeiro do Sul, interior do estado.
Missão Morumbi
Os torcedores acreanos agora se preparam para a 'Missão Morumbi'. Eles querem assistir o duelo entre São Paulo e Cruzeiro, no dia 27 de julho, no estádio paulista. Um ônibus deve levar cerca de 50 integrantes da torcida. Serão mais de três dias de viagem.
- A filosofia da Embaixada é diferente de uma torcida organizada. Nossos encontros para assistir aos jogos são com ambientes familiares e buscamos sempre fazer eventos de cunho social, incentivando os torcedores a se tornarem sócios do clube - explicou Wesley Jucá.

Lúcio se recupera de torção e volta aos treinos com bola no São Paulo


Lucio treino São Paulo (Foto: Gustavo Serbonchini)
O zagueiro Lúcio, do São Paulo, está recuperado da torção no tornozelo esquerdo que sofreu durante treino na última quarta-feira e que o tirou do confronto diante do Strongest, na Bolívia, na última quinta-feira. O zagueiro sequer viajou com o grupo que perdeu por 2 a 1. Rhodolfo foi em seu lugar.
Em atividade nesta sexta, no CT da Barra Funda, sem os jogadores que viajaram para a Bolívia, Lúcio não demonstrou nenhum resquício do problema. Ele participou normalmente do treino técnico e ainda fez um trabalho específico para cortar lançamentos.
Lúcio teve problemas com o treinador Ney Franco. O pentacampeão foi barrado depois de mostrar irritação ao ser substituído aos dez minutos do segundo tempo da derrota por 2 a 1 para o Arsenal, na Argentina, pela Taça Libertadores, dia 14 de março. O defensor seguiu diretamente para o ônibus após o apito final e sequer participou da conversa com o técnico e os outros atletas nos vestiários.
Para piorar a situação, na chegada ao Brasil, Lúcio disse que foi tirado de campo no momento em que a partida ainda estava 0 a 0, insinuando um possível erro de Ney. A diretoria e o treinador não gostaram do comportamento do defensor, que acabou pedindo por meio do site oficial do Tricolor. Mesmo assim, ficou no banco contra São Bernardo e Bragantino. Contra o Paulista, ele retornou ao time titular, mas voltou para a reserva no duelo diante do Corinthians.

Com dores, Luis Fabiano fica fora de treino e é dúvida para domingo


luis fabiano são paulo treino (Foto: Roberto Vazquez)
Luis Fabiano não participou das atividades nesta quinta-feira e é dúvida no São Paulo para o confronto diante do Botafogo-SP, neste domingo, às 18h30m, no Estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto. Com dores na panturrilha desde a derrota por 2 a 1 diante do Corinthians, no último domingo, pelo estadual, o atacante foi encaminhado para fazer exames.
O Fabuloso já ficou fora de um treinamento nesta semana por conta da lesão, mas o departamento médico do São Paulo esperava que a recuperação não passasse de três dias, como geralmente acontece. Como as dores perduraram até esta sexta, houve um consenso de que seria melhor a realização de exames para identificar a real gravidade do problema.
Suspenso por quatro jogos pela Conmebol pela expulsão no empate por 1 a 1 com o Arsenal, no dia 7 de março, pela Taça Libertadores, o atacante sequer viajou com o grupo para a partida diante do Strongest, na Bolívia, na última quinta. O Tricolor perdeu por 2 a 1 e viu a classificação para as oitavas de final ficar mais complicada.

Diretor do SP esclarece 'sumiço' e diz que ainda confia na classificação



Adalberto Baptista, diretor do São Paulo (Foto: Marcos Guerra/Globoesporte.com)

Criticado por torcedores do São Paulo em redes sociais por não estar com a equipe na Bolívia, para o jogo contra o Strongest, na última quinta-feira, o diretor de futebol Adalberto Baptista divulgou nota no site oficial do clube esclarecendo seu "sumiço" - ele está em Portugal, resolvendo assuntos particulares programados desde o início do ano, e também questões envolvendo o clube, como a logística de jogos-treino e amistosos contra times europeus e da participação na Copa Suruga Bank, competição disputada entre o detentor do título da Copa Sul-Americana e o campeão japonês. Ele ainda deve ficar pelo menos mais dez dias na Europa.
O cerne da polêmica se deu, porém, porque Adalberto aproveitou a viagem para conciliar  os compromissos com sua participação em duas provas da Porsche Cup, campeonato de automobilismo. Ele participará de uma prova neste sábado em Portugal - largará em último, porque não teve tempo de classificação para o grid. Na semana que vem, a corrida será na Espanha.
Procurado pela reportagem do globoesporte.com, Adalberto disse que não gostaria de comentar as críticas. Ressaltou, porém, que o presidente Juvenal Juvêncio o havia liberado para viajar e que não está deixando de tratar dos assuntos relativos ao São Paulo em solo europeu.
Poucas horas depois, porém, o site oficial do Tricolor publicou uma entrevista com Adalberto. Nela, além de explicar o que faz na Europa, o dirigente aproveitou para dizer que ainda bota fé na classificação do time para a fase de mata-mata da Libertadores da América. Para isso, o Tricolor precisa vencer o Atlético-MG no Morumbi e torcer para que o Strongest não vença o Arsenal na Argentina. Os dois jogos serão no dia 17.
- Acredito muito na classificação. A evolução que o time vem apresentando nos últimos jogos me faz acreditar muito na vitória sobre o Atlético Mineiro. E, no outro jogo, que será realizado na Argentina, entendo que uma vitória do Arsenal ou mesmo um empate seriam os resultados mais lógicos.
Adalberto aproveitou também para comentar a demissão do fisioterapeuta Luiz Rosan. O dirigente disse que foi uma questão administrativa e ressaltou a qualidade do profissional.
- Criou-se muita polêmica sobre a demissão do Rosan. Foi um enorme desgaste nos últimos dias. Antes de qualquer coisa, devo dizer que o Rosan é um profissional extremamente competente e com serviços prestados ao São Paulo e à Seleção. Nesse primeiro momento, o Rosan atribui a mim sua demissão. É natural. Fui eu que tomei a decisão, eu que comuniquei. Mas, com o passar dos tempos, espero que o Rosan perceba que seu próprio comportamento tornou impossível a continuidade do vínculo com o clube. Ele foi usado por pessoas que têm pretensões políticas no clube - disse o dirigente.
O que é Porsche Cup?
Adalberto Baptista disputa a Porsche Cup desde 2008, atraído pelo sucesso de seu irmão Ricardo, que foi campeão em 2007 e repetiu a dose em 2011. Um dos principais campeonatos monomarca de automobilismo do planeta, a Porsche Cup existe desde 1993 e é disputada em diversos países, sempre voltada aos chamados “gentlemen drivers” – ou seja, pilotos não-profissionais. Não é necessário adquirir um carro para participar, já que todos os modelos são preparados pela equipe oficial de competição da montadora no Brasil.
Iniciando sua nona temporada, a versão brasileira da Porsche Cup conta com 38 participantes, divididos em duas categorias por nível técnico. Em 2013 o torneio ganhou a chancela da Federação Internacional de Automobilismo, sendo reconhecido como um campeonato internacional. A atual temporada começa neste fim de semana no circuito do Algarve, em Portugal, com provas logo na semana seguinte em Barcelona, na Espanha. O calendário de nove rodadas duplas inclui preliminares de provas internacionais, como a 6 Horas de São Paulo, válida pelo Mundial de Endurance, e o GP do Brasil de Fórmula 1, ambas no circuito de Interlagos.
A maior parte do grid é formada por empresários que têm o automobilismo como hobby e que contratam pilotos de renome como “treinadores” para acelerar seu aprendizado. Dependendo de sua evolução nas pistas, alguns tentam vôos mais altos. Caso de Miguel Paludo, que foi bicampeão brasileiro na Porsche Cup em 2008 e 2009 e mudou-se para os Estados Unidos, onde corre atualmente na Truck Series, uma das três divisões nacionais da Nascar.

Sem Fabuloso e Jadson, SP perde quase metade do poder de ataque


A derrota para o Strongest, em La Paz, complicou a situação do São Paulo na Taça Libertadores, mas os problemas vão além. Mais do que passar a depender de outro resultado para avançar às oitavas de final, o Tricolor enfrentará o Atlético-MG, dia 17 de abril, no Morumbi, sem seus dois maiores goleadores: Luis Fabiano e Jadson. Ambos suspensos em lances infantis.
Centroavante e meio-campista representam nada menos que 46% dos gols marcados pelo Tricolor em 2013. Entre as partidas do Campeonato Paulista e da Libertadores, incluindo a fase prévia, a equipe balançou as redes 43 vezes, sendo 12 com o Fabuloso e outras oito com o camisa 10.
luis fabiano jadson são paulo treino (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Os dois, aliás, foram determinantes para que o São Paulo chegasse à fase de grupos do torneio sul-americano. Na goleada por 5 a 0 sobre o Bolívar, no Morumbi, Luis Fabiano anotou dois e Jadson, um – Rogério Ceni e Osvaldo completaram. Em La Paz, mais um gol de cada na derrota por 4 a 3 – Osvaldo marcou o outro.
O rendimento do Fabuloso na fase de grupos, porém, não foi tão satisfatório. Luis Fabiano balançou a rede apenas diante do Strongest, no Morumbi, enquanto Jadson marcou frente ao Arsenal, no Pacaembu. Curiosamente, o artilheiro da equipe nessa fase do torneio é o reserva Aloísio, com dois.
A saída de ambos aconteceu de forma turbulenta. A promessa de ter um ano mais calmo não foi cumprida por Luis Fabiano. Irritado, ofendeu o árbitro Wilmar Roldán após o apito final do duelo contra o Arsenal e acabou suspenso por quatro jogos. Na última quinta, a equipe sentiu falta dele ao desperdiçar várias oportunidades de impedir a derrota para os bolivianos.
Jadson, sempre tão controlado, também perdeu a cabeça em um momento inoportuno. O jogador empurrou um gandula que tentava retardar o reinício da partida contra o Strongest, na última quinta, e foi punido com cartão amarelo, acumulando três e ficando fora da partida que decidirá o futuro do São Paulo no principal torneio das Américas.
– São jogadores importantes e vamos ter que buscar soluções no elenco para montar um time forte – conformou-se o técnico Ney Franco.
A maior probabilidade é de que o treinador volte a utilizar o esquema 4-2-3-1. Com isso, deixaria Ganso como o único armador e colocaria Wallyson ao lado de Aloísio e Osvaldo no ataque.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ceni não admite falha, mas assume responsabilidade: 'Culpa é do capitão'


Rogério Ceni não conseguiu defender um chute de mais de 30 metros de Cristaldo, gol que deu ao Strongest a vitória por 2 a 1 e complicou o São Paulo na Libertadores -clique aqui e veja o que o Tricolor precisa fazer para se classificar. Em entrevista coletiva após o jogo em La Paz, o goleiro tricolor disse que "a culpa é sempre do capitão", mas em nenhum momento admitiu categoricamente a falha no lance.
- Os gols que eu tomei, tomei. O gol que eu fiz, eu fiz - disse.
Eu me sinto culpado todos os dias porque o capitão tem a obrigação de fazer o seu time vencer"
Rogério Ceni
- Fui pra direita e, quando voltei, não tive força na mão para tirar a bola - emendou.
Questionado na sequência se a altitude de mais de 3.600 metros da capital boliviana o atrapalhou, Ceni disse que "não".
- Não me traiu, não. A bola foi batida, balançou bastante. Logicamente ela ganha mais velocidade e se torna mais difícil. É do jogo.
Apesar de não dizer que falhou no lance, Ceni disse se sentir "culpado" pela derrota por ser o capitão do time.
- Eu me sinto culpado todos os dias porque o capitão tem a obrigação de fazer o seu time vencer. Quando há um resultado negativo, sem dúvida nenhuma eu, como capitão e representante dentro do campo pelo tempo que estou aqui, me sinto muito culpado, assim como me sinto muito feliz e com uma participação muito grande nas conquistas - disse o goleiro.
- Em dezembro eu estava muito feliz com a conquista (da Copa Sul-Americana), hoje estou muito triste pela derrota. A culpa sempre passa pelo capitão, por alguém que se põe à frente sempre. Eu me orgulho muito de ter estado aqui, mas não do resultado.
Time do São Paulo (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

Sem dormir, Jadson fala de empurrão em gandula: 'Foi na hora da raiva'


A irritação pelo cartão amarelo recebido na derrota para o Strongest custou uma noite de sono ao meia Jadson. O sempre tranquilo armador tricolor perdeu a paciência, empurrou um gandula que tentava atrasar o reinício da partida e acabou advertido. Uma punição que o tirará da decisiva partida contra o Atlético-MG, dia 17, no Morumbi, pela Taça Libertadores.
Horas depois do resultado negativo que complicou a vida do São Paulo no torneio, Jadson e Osvaldo já estavam novamente no aeroporto de La Paz para a apresentação à seleção brasileira que enfrentará a Bolívia em amistoso marcado para Santa Cruz de la Sierra, neste sábado, às 16h30m. Durante o embarque, o jogador resumiu em poucas palavras o lance.

- Fui pegar a bola, mas o gandula não jogou para mim. Ele veio devagar para devolver na minha mão. Foi na hora da raiva. No hotel, fiquei conversando com o Osvaldo, mas quando cheguei ao quarto não consegui dormir – lamentou.
Jadson não é só o principal armador do São Paulo em 2013. O meia vinha em grande fase, sendo o vice-artilheiro da equipe na temporada, com oito gols, quatro abaixo do centroavante Luis Fabiano, outro que não enfrentará o Galo por suspensão.
O momento era tão bom que o técnico Ney Franco optava por ele quando necessitava escalar apenas um articulador de jogadas – Ganso, contratado por quase R$ 24 milhões, ficava reserva. O treinador, porém, admitiu que a atitude do jogador foi desnecessária e prejudicou a equipe.
- O Jadson tomou um cartão que não precisava ter tomado. Perdemos mais um jogador importante para esse jogo. Espero que possamos montar a equipe com um jogador que o substitua à altura – disse o comandante.
Para avançar às oitavas de final da Libertadores, o São Paulo precisa vencer o Atlético-MG e torcer por uma derrota do Strongest frente ao Arsenal, na Argentina. Caso haja empate em Sarandí, dependendo do número de gols, a decisão pode ser pelo último critério de desempate, o sorteio.

São Paulo corre o risco de ver vaga ser decidida por sorteio


Com apenas quatro pontos em cinco jogos, o São Paulo já não depende só de si para avançar na Libertadores da América. Para se classificar, o Tricolor precisa vencer o Atlético Mineiro no Morumbi e torcer para que o Strongest perca para o Arsenal em Sarandí - e desde que não seja de goleada. Neste caso, São Paulo e Arsenal ficariam com sete pontos, um a mais que o Strongest, e o Tricolor ficaria com a vaga no saldo de gols. Os dois jogos serão na próxima quinta-feira. Outra possibilidade de classificação viria com vitória por dois gols de diferença no Morumbi e empate do Strongest na Argentina. Assim, o Tricolor teria um saldo melhor que os bolivianos.
Mas há uma combinação de resultados que levaria a vaga para sorteio. Sim, sorteio. Para isso, o São Paulo precisaria vencer por 2 a 1, e o jogo na Argentina teria de terminar empatado em 1 a 1. Assim, Tricolor e Strongest ficariam iguais em tudo: pontos, saldo de gols, maior número de gols a favor e maior número de gols fora de casa.
Qualquer outro resultado que não seja a vitória sobre o Galo elimina o São Paulo. Mesmo se vencer, porém, o time paulista pode ser desclassificado, caso o Strongest vença o Arsenal - ou caso o time boliviano termine com mais gols marcados fora de casa, num possível empate com muitos gols na Argentina (2 a 2, 3 a 3, 4 a 4...) e uma vitória do Tricolor por apenas um gol de diferença sobre o Atlético.
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Osvaldo derrota São Paulo The Strongest (Foto: AP)


Juvenal mantém Ney, mas mostra frustração com derrota: 'Decepção'


O presidente do São Paulo, Juvenal Juvêncio, não poupou críticas ao desempenho do time na derrota para o Strongest, em La Paz, pela Libertadores (assista aos gols). No desembarque da delegação, nesta sexta-feira pela manhã, no aeroporto de Guarulhos, o presidente disse estar decepcionado com a equipe e, mais uma vez, garantiu a permanência do técnico Ney Franco.

- O que eu espero do Ney é que uma derrota como essa, que não é por azar, que sirva para ele ter uma posição crítica sobre o elenco, que faça uma reflexão mais profunda da comissão para ver se estão no caminho certo, tirar proveito dessa situação de infortúnio. Ele é um sujeito sério, trabalhador, gostamos dele, e como disse antes e repito, isso não tira os méritos que ele já teve, sua postura. Ele continua como técnico – afirmou o mandatário, em entrevista à "Rádio ESPN".
O São Paulo chegou a ter a partida nas mãos mesmo depois de ter saído em desvantagem no placar. Aloísio e Osvaldo exageraram nos gols perdidos. Ganso também desperdiçou uma oportunidade clara. O castigo veio no segundo tempo, em falha de Rogério Ceni. Derrota amarga, que complica o clube na briga pela classificação.

- O time não foi bem, não jogou bem. Eu esperava muito mais. Tudo foi feito para ser mais e foi menos. Não discuto se vai dar ou não (para classificar). Eu estava focado nessa partida. Como decisão, foi muito negativo, me abalei bastante com essa performance da equipe. A decepção foi grande, realmente saí frustrado da decisão – disse.
Juvenal deu a entender que pretende fazer mais mudanças no elenco. No ano passado, depois da chegada do técnico Emerson Leão, o presidente promoveu uma verdadeira faxina, negociando jogadores pouco aproveitados e apostando em outras peças. Agora, entende que ainda necessitará efetuar mais modificações para ter resultados.

- Eu entendia que o time já tinha crescido, estava mais amadurecido, competitivo, e você ainda entende que vai precisar mais. Eu que remodelei esse time inteiro dentro da competição e ainda vou precisar mexer mais nesse processo. As peças ainda não se ajustaram. Essa decepção de ontem é mais amarga porque é um coroamento, mas estamos experimentando decepções.
O mandatário falou ainda sobre o fato de o diretor de futebol, Adalberto Baptista, não estar com o time na Bolívia. O dirigente está na Europa para a disputa de um campeonato automobilístico. Segundo Juvenal, Adalberto já havia programado a viagem há muito tempo.
- Ele não estar presente não é o cerne do problema, e sim a decepção do jogo. Ele estar na viagem conosco não ia mudar nada disso. Ele tem interesse na europa, é um grande empresário, e esta licença dele está programada desde o início do ano - justificou Juvenal.
Terceiro colocado no Grupo 3, o São Paulo precisa vencer o líder Atlético-MG, dia 17, no Morumbi, e torcer por uma derrota do Strongest diante do Arsenal, na Argentina. Uma combinação de resultados ainda pode levar a decisão para o último critério de desempate, o sorteio.

Ceni admite aposentadoria, mas vê São Paulo vivo: 'Acredito bastante'


Rogério Ceni tenta se apegar às poucas chances do São Paulo de avançar para as oitavas de final da Taça Libertadores. Aos 40 anos, o capitão e ídolo tricolor admite que esta pode ser sua última participação no torneio, mas joga para evitar que a despedida seja em tom melancólico, com uma eliminação logo na primeira fase.
Na saída do estádio Hernando Siles, em La Paz, após a derrota por 2 a 1 para o Strongest, o jogador reconheceu que dificilmente estará em campo na temporada 2014. Questionado se esta seria a última vez que atua na principal competição sul-americana, ele não fugiu do assunto.
– Provavelmente. Deus queira que nós consigamos chegar o mais longe possível – afirmou o goleiro, que não admitiu falha no segundo gol do Strongest, mas assumiu a responsabilidade pelo resultado adverso.
Não estou na iminência de não classificar. Estou na iminência de ter uma grande oportunidade de vencer. É isso o que eu penso"
Rogério Ceni
Ceni, porém, luta para não perder a esperança de ver o São Paulo no mata-mata. O Tricolor precisa vencer o Atlético-MG, dia 17 de abril, no Morumbi, e torcer por uma derrota do Strongest para o Arsenal, na Argentina, para se classificar. Ficou difícil para um time que não consegue se ajustar, mas não impossível. Clique aqui e veja as combinações possíveis para a classificação.
– Não estou na iminência de não classificar. Estou na iminência de ter uma grande oportunidade de vencer. Isso é o que eu penso. Depois do jogo do Atlético-MG, nós passando ou não, é uma outra história. Eu não penso na iminência de ficar fora. Penso na última oportunidade que temos de ficar dentro – destacou.
Mais do que confiar em um tropeço dos bolivianos em Sarandí, Rogério Ceni lembra da necessidade de o São Paulo vencer, fato raro na Libertadores. Em cinco partidas, o Tricolor só venceu uma, realizando uma de suas piores campanhas na história do torneio.
– Não seria anormal uma vitória ou um empate do Arsenal. Mas temos de fazer a nossa partida contra o Atlético-MG, que vem muito bem. Não podemos deixar passar. Eu acredito bastante. É nossa última chance.
Rogéri Ceni viagem São Paulo Bolívia (Foto: Rubens Chiri / saopaulofc.net)

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Aloísio herda vaga no ataque e tem nova chance na Libertadores


A vaga deixada por Luis Fabiano é mais uma vez de Aloísio. Titular na rodada passada, quando o camisa 9 cumpria suspensão automática, o atacante foi confirmado pelo técnico Ney Franco entre os 11 iniciais também nesta quinta-feira, frente ao The Strongest, em La Paz, já que o clube não conseguiu relaxamento da pena.
Na Argentina, Aloísio fez um gol, mas poderia ter evitado a derrota de virada para o Arsenal - ou até garantido a vitória são-paulina - se não tivesse desperdiçado oportunidade de balançar a rede aos 38 minutos do segundo tempo, antes do segundo gol do time de Sarandí. "Não poderia ter errado", admitiu, na ocasião.
Desta vez, novos erros podem custar a classificação às oitavas de final e, por isso, apenas a vitória interessa. "Espero contribuir para que a gente traga esses três pontos da Bolívia", disse o jogador, antes de embarcar, no início da tarde desta quarta-feira.A primeira parada será em Santa Cruz de la Sierra. A delegação só deixa a cidade rumo a La Paz horas antes da partida, marcada para 21h30 (de Brasília) de quinta-feira. O objetivo é diminuir os efeitos da altitude de 3.600 metros do palco do confronto.
"Todos sabemos as dificuldades que existem lá. Vamos escutar o que o Ney Franco tem a nos dizer sobre isso", concluiu Aloísio, que foi reserva em fevereiro, na primeira viagem do time a La Paz, quando o time perdeu para o Bolívar por 4 a 3, na fase preliminar da Libertadores.

Técnico boliviano mira eliminação do São Paulo e polemiza por altitude


Eduardo Villegas já fez estágio com Felipão, duas vezes campeão da Libertadores e de quem tenta buscar inspiração Foto: Ricardo Matsukawa / Terra
No Complexo Esportivo de Achuman, onde se concentra o atual tricampeão boliviano, Eduardo Villegas tenta dormir após o almoço de quarta-feira, mas há algo que perturba seu sono. Encontrar meios do Strongest vencer o São Paulo nesta quinta, saltar à vice-liderança de seu grupo na Copa Libertadores e tentar avançar para o mata-mata. Talvez pela intranquilidade, o atencioso Villegas, principal treinador da atualidade na Bolívia, não se incomoda em deixar o quarto para uma entrevista exclusiva aoTerra
Ex-jogador e com quatro títulos nacionais por equipes diferentes em sete anos de carreira, Villegas se expressa de modo pausado, claro e franco. Foi ele quem declarou que Paulo Henrique Ganso é "muito lento" e sugeriu que o Strongest não oferecesse água a Ronaldinho. Em solo boliviano, tem um ponto de vista firme sobre a interferência da altitude no futebol e cobra a polícia local pela morte de Kevin Espada, em Oruro, em fevereiro. 
Com passagem de forma interina pela seleção boliviana, Eduardo Villegas, 49 anos, é o primeiro tricampeão da história do futebol profissional na Bolívia em 45 anos. O Strongest levou três títulos consecutivos inéditos, o último com Villegas, cuja projeção futura passa pelo resultado desta quinta-feira no Estádio Hernando Siles, em La Paz. Ele, que fez estágio com Luiz Felipe Scolari no Palmeiras, em 2011, tentará reencontrar o amigo no sábado, em Santa Cruz de la Sierra, com a Seleção. Quer dicas para tentar seguir carreira internacional. 
Confira a entrevista exclusiva com Eduardo Villegas na íntegra:
Terra – Como esse jogo é encarado pelo Strongest? E o que mais se destaca no São Paulo?
Eduardo Villegas – A expectativa é enorme porque é uma partida decisiva para nossas ambições. Ganhando, seguiremos com chances até o final da série, e obviamente perdendo ficamos eliminados. Queremos repetir a boa atuação que tivemos no Brasil, mas, além disso, conseguir o resultado favorável. No São Paulo há um conjunto de muita qualidade, jogadores experimentados. Com a ausência de Luís Fabiano, Aloísio e Jadson podem ser os mais importantes no ataque.
Terra – O São Paulo vem de clássico contra o Corinthians no último domingo e já tem mais de 20 partidas no ano. Já o Strongest poupou oito titulares no fim de semana e tem a altitude a favor. A parte física pode definir o jogo?
Villegas
 – Descansar alguns titulares teria de haver efeito positivo, porque nossos jogadores vêm de compromissos intensos. Talvez com menos jogos. Tivemos que cuidar para ter uma produção física mais importante na partida, e assim também ressaltar todo o talento que têm nossos jogadores.
Terra – O que há de mais especial no Strongest para ser tricampeão boliviano?
Villegas –
 A ideia futebolística que tivemos para ser tricampeões é clara. É a ideia que eu tinha e assim logramos o tricampeonato. Já pudemos expressar um pouco disso na Libertadores, mas os resultados não ajudaram.
Ninguém morreu por jogar futebol ou praticar esporte na altitude
Eduardo Villegassobre partidas em La Paz
Terra – Depois de três títulos, uma grande Libertadores passa a ser o principal objetivo?
Villegas –
 Sim. Dizíamos que passar para a fase seguinte deveria ser um ponto importante para ressaltar mais o tricampeonato. Esperamos poder lograr isso, vamos colocar todo nosso esforço para isso.
Terra – O sorteio não foi muito generoso para o Strongest, não? Enfrentar duas equipes brasileiras fortes e o Arsenal, da Argentina, já na fase de grupos, não deveria estar nos planos.
Villegas –
 Sim, nos perguntamos se é o ideal ou correto ter São Paulo e Atlético-MG, que está muito forte, e o Arsenal. Mas dissemos que nos parece bom no sentido de que, enfrentar essas equipes, eleva o nosso nível futebolístico para depois atuar na Bolívia. E se pudermos passar na fase seguinte, teria um mérito maior, pois enfrentamos grandes equipes da América.
Terra – Atlético-MG é o líder do grupo com um grande desempenho. Como vê essa equipe?
Villegas –
 Nos surpreendeu gratamente. É uma equipe forte, taticamente bem estruturada e um pouco baseada no jogo que tem Ronaldinho, que faz todos jogarem. O talento que tem obviamente se manifesta muito bem com o resto dos jogadores.
Terra – Sempre que uma equipe brasileira vem até a Bolívia ou a Quito, o tema altitude vem à tona. Há mais radicais que, no Brasil, defendem que não possa se jogar em La Paz. Qual sua opinião sobre o tema?
Villegas –
 Primeiro tenho que dizer que aqui vivem mais de 10 milhões de habitantes. Nascemos aqui e creio que merecemos jogar aqui. Ninguém morreu por jogar futebol ou praticar esporte na altitude. Morre muita gente no nível do mar por excesso de temperatura. Nunca ganhamos uma partida por altitude. Os atletas bem preparados podem perfeitamente responder na altitude.
Terra – Mas há uma queda de desempenho para quem não está acostumado, não? É algo inevitável a seu ver?
Villegas -
 Quiçá se abaixe 20%, como também conosco no nível do mar, pois abaixamos 20% de nossa produção. Para ambos os lados, tem suas mudanças, o inconveniente da adaptação. Mas aqui há equipes que vieram e jogaram muito bem. O mesmo São Paulo, com Raí e companhia, com Telê Santana, ganharam em Oruro, em La Paz e foram campeões sul-americanos e mundiais.
Terra – A seleção boliviana está praticamente fora da Copa 2014 e não se nota qualquer tipo de evolução. Como, por exemplo, com a Venezuela. Por que a Bolívia não consegue crescer?
Villegas – 
A equipe caiu muito por não fazer um processo de longo prazo com os jogadores jovens. Pode se queimar uma Eliminatória com isso, mas se vai preparar para competir internacionalmente. E depois, que jogadores como Chumacero, possam emigrar para a Europa, México ou Arábia e buscar um melhor nível internacional para expressar na seleção. Nosso nível local é muito baixo. Propus um processo à Federação Boliviana, de trabalhar até 2014, de preparar os menores de 23 anos. E que depois possam ter a chance de classificar a 2018.
Chumacero, com 21 anos, é o principal jogador da equipe boliviana Foto: EFE
Chumacero, com 21 anos, é o principal jogador da equipe boliviana
Foto: EFE
Terra – Há uma comoção nacional muito grande pela morte de Kevin Espada, e no Brasil se discute a situação dos 12 torcedores ainda presos. Como o senhor vê o caso?
Villegas –
 Primeiro que foi um acidente lamentável. Há grande responsabilidade da polícia nesta ordem em deixar ingressar os sinalizadores. O que sucedeu é muito lamentável, sofremos todos, mas nada pode colocar em dúvida a unidade que gera jogar o futebol e a Copa Libertadores. Isso tudo se criou para a unidade dos povos, para melhorar, e nos tocou todos bolivianos. Nós queremos uma imagem boa de tudo que fazemos para o mundo, mas sucedeu isso. O povo boliviano não tem nada de vingança para outros povos, foi um acidente que precisa ser superado.
Terra – Quais suas grandes ambições para o futuro?
Villegas -
 Temos ido bem na Bolívia. Conseguimos quatro títulos com quatro equipes, dirigimos a seleção interinamente e nossa intenção, no futuro, é voltar a dirigir a seleção. Um objetivo agora é tentar dirigir fora do país, na América do Sul, não sei, onde haja oportunidade. Trabalhamos nisso, de tentar nos mudar para mostrar a capacidade dos treinadores bolivianos.

Fonte :Terra