Olhar para a lista de jogadores relacionados e não encontrar seu nome havia virado rotina para Edson Silva no início de 2013. A chegada do badalado e pentacampeão Lúcio o derrubou para a quarta opção do técnico Ney Franco e encheu de dúvidas a cabeça do defensor. Mas o quase esquecimento durou pouco. Nesta quinta-feira, ele faz contra o Strongest, às 21h30m, em La Paz, a primeira partida na Taça Libertadores como titular absoluto da posição.
– Só eu sei o que passei no início da temporada. Mas que fique claro que isso pode acontecer com qualquer um. O professor optou por outros jogadores e eu respeitei – disse o zagueiro.
– Ser a quarta opção não é fácil. Claro que você fica cabisbaixo, triste, mas precisa se concentrar nos treinamentos para estar pronto quando a oportunidade aparecer. Já passei por muitas experiências em outros clubes. Hoje, teoricamente, sou titular e estou feliz – emendou.
A sorte do pernambucano da pequena Palmares começou a mudar graças à má fase do Tricolor nos primeiros meses, principalmente na Libertadores. Ney Franco tentou fortalecer a defesa, muito exposta até então, com a colocação de mais um zagueiro para atuar ao lado de Rafael Toloi e Lúcio contra o Arsenal, em Sarandí. Como Rhodolfo estava machucado, o treinador recorreu à sua última alternativa: Edson Silva.
Tudo conspirava a favor. O São Paulo jogava mal, e o técnico optou por tirar de campo um dos defensores. Surpreendentemente, Lúcio foi o escolhido, deixando o gramado irritado, dando início a um atrito com o comandante. O Tricolor perdeu, se complicou na competição, mas Edson Silva voltou para o Brasil com o sorriso aberto pela exibição.
– Eu não sabia que jogaria. Fiquei sabendo um dia antes. Pensei: "Essa é a oportunidade que tanto pedi para me firmar". Tivemos aquela derrota, mas, no meu ponto de vista, fiz uma boa partida – recordou.
O acaso voltou a ajudar, mais uma vez. Na retorno ao país, Lúcio estava suspenso por ter sido expulso no clássico contra o Palmeiras. Edson Silva não só foi titular novamente como também anotou um dos gols da vitória por 3 a 2 sobre o Oeste, no Morumbi, pelo Paulistão. Era o que faltava para ele se firmar e seguisse na vaga desde então.
– Dentro do elenco existe uma competição interna, todo mundo quer jogar. Fiquei muito feliz pela escolha dele. Eu não estava nem sendo relacionado antes. Mas você fica triste também pelo companheiro. O Lúcio é um grande jogador, conquistou muitos títulos e vai dar a volta por cima.
Domingos do Morumbi? Melhor não...
Edson Silva aposta na tranquilidade para se manter em alta no clube. O jogador garante que a cara de mau serve apenas para assustar os atacantes, mas não corresponde à sua personalidade. Do interior de Pernambuco, ele acredita trouxe o estilo pacato de viver sem grandes luxos.
– Eu sou bem calmo dentro e fora de campo. Quando tem de ser um pouco estabanado, consigo ser (risos). Gosto muito de música gospel, isso me ajuda a ficar calmo nas partidas. Sempre estou nas resenhas com o pessoal. Sou criado na roça, na minha época não tinha essas coisas de videogame. Era só jogar bola na várzea (risos).
O jogador, porém, não consegue escapar das brincadeiras pela semelhança com o também zagueiro Domingos, ex-Santos, considerado um dos mais violentos do país. No entanto, jura que apenas a fisionomia tem suas similaridades.
– Pelo histórico, ele passa uma imagem de ser esquentado. Eu não gosto dessas coisas, gosto de jogar futebol. Não dá para ser ele, não. Eu sou o Edson Silva do São Paulo.
Do São Paulo e titular...
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