Em entrevista exclusiva ao R7, empresário falou sobre sua parceria com o clube tricolor
Roberto Justus quer aproveitar melhor oportunidades de marketing do São Paulo
J. F. Diorio/AE
O patrocínio da camisa do São Paulo para 2012 está nas mãos de um homem: Roberto Justus. Com uma bagagem invejável no mundo do marketing, o famoso publicitário e apresentador concordou em buscar uma marca para estampar o uniforme do time pelo qual torce. Em entrevista exclusiva ao R7, Justus afirmou que pretende acabar com a novela até o mês de abril.
- Eu disse que precisava de pelo menos 60 dias para sentir esse mercado e ver se trago alguma coisa concreta. Mas eu não queria que o clube passasse além do mês de março. Acho que em abril nós já temos que estar com alguma marca na camisa. A expectativa do clube e da torcida é muito grande. Então espero conseguir um bom resultado.
Justus já está negociando com alguns anunciantes, mas evitou falar nomes. A expectativa do clube é conseguir cerca de R$ 35 milhões para o espaço nobre da camisa. Além disso, ele pretende envolver suas empresas em projetos para explorar melhor as oportunidades de marketing que um clube como o São Paulo pode oferecer. Isso significa que tanto jogadores quanto o estádio do Morumbi podem entrar no plano de gerar mais receitas para o clube.
O apresentador da Rede Record também falou sobre as inevitáveis comparações entre seu trabalho no Tricolor e o que Ronaldo fez pelo Corinthians em termos de patrocínios. Além disso, ele também comentou sobre seu lado esportista e sobre o atual elenco são-paulino. Leia abaixo a entrevista na íntegra.
R7 – Como surgiu o convite do São Paulo?
Roberto Justus - Tudo começou porque fui convidado para ser membro do conselho consultivo do São Paulo, juntamente com outros notáveis são-paulinos. Na reunião, conversamos sobre uma série de coisas e tudo começou quando o São Paulo teve uma certa dificuldade em negociar o fechamento do pacote de transmissão para a televisão, que é a maior receita dos clubes. Usando meu bom relacionamento, o presidente Juvenal Juvêncio me deu carta branca para negociar. Em outra reunião, comentou-se que o clube não tinha ainda patrocínio para a camisa. Então, me pediram e eu me propus, por ter um bom conhecimento de mercado e uma visão de marketing, para vender essa propriedade. Estamos nos encaminhando para o terceiro mês do ano e a camisa ainda está limpa. Esse dinheiro é importante para o clube. Eu disse que tudo bem. Então, em um período de 60 dias eu estou com a exclusividade, porque não queria bater em porta que outras pessoas também estão batendo. Montamos um time usando as pessoas que tenho nessa área e estamos saindo para fechar um patrocínio. Diferente do que falaram, não sou contratado, não é um trabalho, não ganho com isso. É só uma questão de ajudar meu time de coração.
R7 – É difícil vender a marca São Paulo?
Roberto Justus - A marca é muito forte. É a terceira maior torcida do país, atrás de Flamengo e Corinthians. São em torno de 17 milhões de pessoas, é o nome da nossa cidade, tem uma visão por parte de todos de uma boa gestão. Tem uma propriedade fantástica que é o estádio, que está sendo reformado. Tem um projeto de ambicioso de cobertura e arena multiuso, é palco de grandes eventos. O clube tem várias propriedades que podem estar juntas nesse pacote que se vende ao anunciante. Não é só a camisa. É fazer parte dos jogos, convidar pessoas para usufruírem do estádio nos eventos. Tem uma série de propriedades que estão sendo vendidas juntas. O São Paulo é um produto bacana, é um bom produto como outros clubes de futebol. Tem uma pesquisa que diz que o anunciante não precisa temer patrocinar este ou aquele time de futebol sob pena de ter seu produto boicotado. Não é porque a Parmalat patrocinou o Palmeiras que são-paulino e corintiano não tomavam leite da marca. Isso não existe. Então, é um bom produto, os valores são razoavelmente altos, não é barato patrocinar um time de futebol. Então, tem poucos anunciantes capazes de bancar. Como o universo não é tão grande, você leva um certo tempo para fechar o negócio.
R7 – O clube deu algum prazo para fechar o negócio?
Roberto Justus - Não tem prazo. Eu disse que precisava de pelo menos 60 dias para sentir esse mercado e ver se trago alguma coisa concreta. Mas eu não queria que o clube passasse além do mês de março. Acho que em abril nós já temos que estar com alguma marca na camisa. A expectativa do clube e da torcida é muito grande. Então espero conseguir um bom resultado.
R7 – E já existem interessados, as negociações começaram?
Roberto Justus - Tem alguns anunciantes interessados, tem outros que estamos abordando, mas não tem como falar nomes que estão sendo prospectados neste momento.
R7 – Quando as negociações começaram?
Roberto Justus - Essa incumbência me foi pedida logo antes do Carnaval. E na semana do Carnaval não tinha um anunciante para conversar. Então nós montamos um projeto, um pacote comercial e já começamos os contatos com vários anunciantes e esperamos ter um retorno muito em breve. Eu entrei oficialmente nessa história no último dia 27.
R7 – Existe alguma restrição de anunciante? O São Paulo dá preferência por algum segmento?
Roberto Justus - O São Paulo não me deu nenhuma restrição sobre o tipo de anunciante. É bem vindo qualquer patrocinador que queira acreditar no clube, acreditar na camisa e estampar sua marca.
R7 – O fato de o Morumbi ter ficado fora da Copa de 2014 pode atrapalhar no momento de negociar?
Roberto Justus - Não, porque quando você fala de patrocínio do São Paulo, não está falando de Copa, porque Copa é seleção brasileira. Para as propriedades de dentro do Morumbi, poderia ser mais interessante se estivesse na Copa, para publicidade estática, outras coisas. Mas para a camisa do clube, o que interessa são as transmissões. E o São Paulo vai jogar no Morumbi, no Pacaembu, no futuro estádio do Corinthians. A transmissão vai acontecer e a marca vai ser divulgada de qualquer jeito.
R7 – É possível traçar um paralelo entre o que você vai fazer no São Paulo e o que o Ronaldo fez no Corinthians em termos de captação de recursos?
Roberto Justus - Eu até agradeço. O Ronaldo no esporte tem uma dimensão incalculavelmente superior a mim. É claro que na área de marketing a minha é incontavelmente superior à dele. Ele está entrando nesse ramo agora. Tenho certeza que ele vai muito bem, é muito inteligente, tem um grande grupo por trás. Mas aí é uma praia que estou há 31 anos. No esporte nem me atrevo a ter essa dimensão. Mas como estamos tratando de uma área de divulgação e propaganda, acho que tenho uma condição boa de ajudar. Ronaldo tem uma imagem muito forte, usa isso a seu favor e faz muito bem. Eu tenho uma credibilidade muito boa e o anunciante sabe que estou entregando tudo que ele quer quando vendo uma propriedade.
R7 – Essa parceria com o São Paulo pode ser estendida para ampliar projetos de marketing com atletas específicos ou outras áreas do clube?
Roberto Justus - O São Paulo tem uma gestão muito competente e superávit. Claro que usando o Morumbi como fonte de receita, os eventos de lá. O que o clube vai querer fazer daqui para a frente, e estou tentando envolver nossa experiência em marketing, é usar melhor as propriedades e oportunidades de marketing que o clube oferece e transformar isso em mais receita. Queremos fazer junto, usando talvez uma empresa do meu grupo, colocando uma agência de marketing, comunicação e publicidade em volta do São Paulo para ajudar a melhorar isso.
R7 – E você é um praticante de esportes?
Roberto Justus - Sempre adorei esporte, jogo tênis. Sempre fui fanático torcedor, de ir a estádio. Não vou mais por ter ficado um pouco mais conhecido. Eu vejo todos os jogos. Minha mulher briga comigo, porque vejo mesmo quando não é do São Paulo, para secar os outros. Eu adoro futebol, não só o São Paulo.
R7 – Não pensou em tentar a vida como jogador de futebol?
Roberto Justus – Não, não era para tanto. Eu jogava razoavelmente bem. Dentro da molecada, eu era talentoso. Jogava como meia, tentava ficar com a camisa 10. Dava bons lançamentos, tinha uma visão de jogo interessante, sempre tive um bom preparo físico. Eu gostava de jogar bola. Depois dos 40 começa a ficar complicado, se machuca muito. Mas sou um bom tenista.
R7- Para encerrar, quem você demitiria do São Paulo?
Roberto Justus - Ah, não posso falar isso, seria deselegante. Acho que as contratações que a diretoria fez foram muito boas. Quem tinha que sair já saiu. Algumas apostas do ano passado não vingaram. Em teoria, no papel tinha um bom time, mas na prática não aconteceu assim. Este ano é um ano de ajustes, o time ainda está se encaixando. Temos um bom ataque. Uma defesa de excelentes caras, mas que ainda não se ajustou, estamos tomando muitos gols. A partir de agora eles vão começar a ter mais ritmo, mais conjunto. O São Paulo vai melhorar a cada dia. Os outros também estão bem. O Santos tem um grande time. O Corinthians, apesar de só ganhar de 1 a 0, mostrou que não foi campeão brasileiro à toa. O Palmeiras, que vem de anos ruins, está melhorando e dando trabalho.
Acho que no final do Paulista vão sobrar os quatro grandes e o São Paulo tem boas chances.
J. F. Diorio/AE
R7 – Como surgiu o convite do São Paulo?
Roberto Justus - Tudo começou porque fui convidado para ser membro do conselho consultivo do São Paulo, juntamente com outros notáveis são-paulinos. Na reunião, conversamos sobre uma série de coisas e tudo começou quando o São Paulo teve uma certa dificuldade em negociar o fechamento do pacote de transmissão para a televisão, que é a maior receita dos clubes. Usando meu bom relacionamento, o presidente Juvenal Juvêncio me deu carta branca para negociar. Em outra reunião, comentou-se que o clube não tinha ainda patrocínio para a camisa. Então, me pediram e eu me propus, por ter um bom conhecimento de mercado e uma visão de marketing, para vender essa propriedade. Estamos nos encaminhando para o terceiro mês do ano e a camisa ainda está limpa. Esse dinheiro é importante para o clube. Eu disse que tudo bem. Então, em um período de 60 dias eu estou com a exclusividade, porque não queria bater em porta que outras pessoas também estão batendo. Montamos um time usando as pessoas que tenho nessa área e estamos saindo para fechar um patrocínio. Diferente do que falaram, não sou contratado, não é um trabalho, não ganho com isso. É só uma questão de ajudar meu time de coração.
R7 – É difícil vender a marca São Paulo?
Roberto Justus - A marca é muito forte. É a terceira maior torcida do país, atrás de Flamengo e Corinthians. São em torno de 17 milhões de pessoas, é o nome da nossa cidade, tem uma visão por parte de todos de uma boa gestão. Tem uma propriedade fantástica que é o estádio, que está sendo reformado. Tem um projeto de ambicioso de cobertura e arena multiuso, é palco de grandes eventos. O clube tem várias propriedades que podem estar juntas nesse pacote que se vende ao anunciante. Não é só a camisa. É fazer parte dos jogos, convidar pessoas para usufruírem do estádio nos eventos. Tem uma série de propriedades que estão sendo vendidas juntas. O São Paulo é um produto bacana, é um bom produto como outros clubes de futebol. Tem uma pesquisa que diz que o anunciante não precisa temer patrocinar este ou aquele time de futebol sob pena de ter seu produto boicotado. Não é porque a Parmalat patrocinou o Palmeiras que são-paulino e corintiano não tomavam leite da marca. Isso não existe. Então, é um bom produto, os valores são razoavelmente altos, não é barato patrocinar um time de futebol. Então, tem poucos anunciantes capazes de bancar. Como o universo não é tão grande, você leva um certo tempo para fechar o negócio.
R7 – O clube deu algum prazo para fechar o negócio?
Roberto Justus - Não tem prazo. Eu disse que precisava de pelo menos 60 dias para sentir esse mercado e ver se trago alguma coisa concreta. Mas eu não queria que o clube passasse além do mês de março. Acho que em abril nós já temos que estar com alguma marca na camisa. A expectativa do clube e da torcida é muito grande. Então espero conseguir um bom resultado.
R7 – E já existem interessados, as negociações começaram?
Roberto Justus - Tem alguns anunciantes interessados, tem outros que estamos abordando, mas não tem como falar nomes que estão sendo prospectados neste momento.
R7 – Quando as negociações começaram?
Roberto Justus - Essa incumbência me foi pedida logo antes do Carnaval. E na semana do Carnaval não tinha um anunciante para conversar. Então nós montamos um projeto, um pacote comercial e já começamos os contatos com vários anunciantes e esperamos ter um retorno muito em breve. Eu entrei oficialmente nessa história no último dia 27.
R7 – Existe alguma restrição de anunciante? O São Paulo dá preferência por algum segmento?
Roberto Justus - O São Paulo não me deu nenhuma restrição sobre o tipo de anunciante. É bem vindo qualquer patrocinador que queira acreditar no clube, acreditar na camisa e estampar sua marca.
R7 – O fato de o Morumbi ter ficado fora da Copa de 2014 pode atrapalhar no momento de negociar?
Roberto Justus - Não, porque quando você fala de patrocínio do São Paulo, não está falando de Copa, porque Copa é seleção brasileira. Para as propriedades de dentro do Morumbi, poderia ser mais interessante se estivesse na Copa, para publicidade estática, outras coisas. Mas para a camisa do clube, o que interessa são as transmissões. E o São Paulo vai jogar no Morumbi, no Pacaembu, no futuro estádio do Corinthians. A transmissão vai acontecer e a marca vai ser divulgada de qualquer jeito.
R7 – É possível traçar um paralelo entre o que você vai fazer no São Paulo e o que o Ronaldo fez no Corinthians em termos de captação de recursos?
Roberto Justus - Eu até agradeço. O Ronaldo no esporte tem uma dimensão incalculavelmente superior a mim. É claro que na área de marketing a minha é incontavelmente superior à dele. Ele está entrando nesse ramo agora. Tenho certeza que ele vai muito bem, é muito inteligente, tem um grande grupo por trás. Mas aí é uma praia que estou há 31 anos. No esporte nem me atrevo a ter essa dimensão. Mas como estamos tratando de uma área de divulgação e propaganda, acho que tenho uma condição boa de ajudar. Ronaldo tem uma imagem muito forte, usa isso a seu favor e faz muito bem. Eu tenho uma credibilidade muito boa e o anunciante sabe que estou entregando tudo que ele quer quando vendo uma propriedade.
R7 – Essa parceria com o São Paulo pode ser estendida para ampliar projetos de marketing com atletas específicos ou outras áreas do clube?
Roberto Justus - O São Paulo tem uma gestão muito competente e superávit. Claro que usando o Morumbi como fonte de receita, os eventos de lá. O que o clube vai querer fazer daqui para a frente, e estou tentando envolver nossa experiência em marketing, é usar melhor as propriedades e oportunidades de marketing que o clube oferece e transformar isso em mais receita. Queremos fazer junto, usando talvez uma empresa do meu grupo, colocando uma agência de marketing, comunicação e publicidade em volta do São Paulo para ajudar a melhorar isso.
R7 – E você é um praticante de esportes?
Roberto Justus - Sempre adorei esporte, jogo tênis. Sempre fui fanático torcedor, de ir a estádio. Não vou mais por ter ficado um pouco mais conhecido. Eu vejo todos os jogos. Minha mulher briga comigo, porque vejo mesmo quando não é do São Paulo, para secar os outros. Eu adoro futebol, não só o São Paulo.
R7 – Não pensou em tentar a vida como jogador de futebol?
Roberto Justus – Não, não era para tanto. Eu jogava razoavelmente bem. Dentro da molecada, eu era talentoso. Jogava como meia, tentava ficar com a camisa 10. Dava bons lançamentos, tinha uma visão de jogo interessante, sempre tive um bom preparo físico. Eu gostava de jogar bola. Depois dos 40 começa a ficar complicado, se machuca muito. Mas sou um bom tenista.
R7- Para encerrar, quem você demitiria do São Paulo?
Roberto Justus - Ah, não posso falar isso, seria deselegante. Acho que as contratações que a diretoria fez foram muito boas. Quem tinha que sair já saiu. Algumas apostas do ano passado não vingaram. Em teoria, no papel tinha um bom time, mas na prática não aconteceu assim. Este ano é um ano de ajustes, o time ainda está se encaixando. Temos um bom ataque. Uma defesa de excelentes caras, mas que ainda não se ajustou, estamos tomando muitos gols. A partir de agora eles vão começar a ter mais ritmo, mais conjunto. O São Paulo vai melhorar a cada dia. Os outros também estão bem. O Santos tem um grande time. O Corinthians, apesar de só ganhar de 1 a 0, mostrou que não foi campeão brasileiro à toa. O Palmeiras, que vem de anos ruins, está melhorando e dando trabalho.
Acho que no final do Paulista vão sobrar os quatro grandes e o São Paulo tem boas chances.
Fonte: R7