segunda-feira, 12 de março de 2012

A BIRRA DE LUCAS

O maior inimigo dos jogadores brasileiros da nova geração é o mimo. Todos mimam o candidato a craque.

O dirigente, o torcedor, o empresário... Lucas não foi diferente em sua formação. O resultado disso é não saber ouvir críticas. Quando Leão reclamou do individualismo, quando Luís Fabiano pediu que tocasse a bola, ninguém tentou dizer que Lucas deveria mudar seu estilo. O pedido é para enxergar o jogo.


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Ontem, ao deixar o campo no fim do primeiro tempo, o atacante demonstrou sua insatisfação: "Estou fazendo aquilo que me pediram, tocando a bola." Não deu um drible, não produziu nenhuma jogada.

Lucas joga de cabeça baixa e, por isso, sempre dá um toque a mais na bola. Às vezes, um drible a mais produz uma jogada genial, como o gol da semana retrasada, contra o Guaratinguetá. Outras vezes, atrasa a jogada, deixa de dar um passe, irrita colegas e torcida.

Ontem, uma única vez tentou a jogada individual, aos 17 do segundo tempo. Abaixou a cabeça, feito touro brabo, e invadiu a área. Perdeu o tempo do passe e foi desarmado. No gol de Luís Fabiano, fez o certo. Um drible e o passe para Jádson.

Futebol não se joga só com os pés, mas com a cabeça. De preferência, cabeça erguida. Grandes jogadores do passado passaram os primeiros anos ouvindo que precisavam levantar a cabeça, abrir os olhos. Müller, um deles. No início de sua carreira, era elogiado pelos gols, mas fechava os olhos e chutava. No final, os elogios eram para sua visão de jogo.

Lucas precisa aprender a medida. Precisa entender que, para jogar na seleção, ele de um lado, Neymar de outro, alguém terá de acompanhar laterais. Não vai ser Neymar e Lucas não acompanha ninguém. Pobre do lateral-direito que joga com ele. Lucas é excelente, mas precisa saber a medida.

Fonte: Estadão/PVC
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