quarta-feira, 21 de março de 2012

DIRETORIA DO SÃO PAULO MUDA PROJETO DO MORUMBI PARA ACELERAR AS OBRAS

Clube deixará construção de um hotel anexo ao estádio temporariamente de lado, pensando mais na cobertura de sua arena


O São Paulo já pensa em modificar o projeto de reforma do Morumbi para escapar da burocracia que tem atrasado o início das obras no estádio. Depois de quase quatro meses aguardando os trâmites burocráticos na Prefeitura e na Câmara Municipal, sem ver qualquer avanço, o clube e a empreiteira Andrade Gutierrez se reuniram na semana passada para começar a pensar no projeto sem que parte dele seja executada agora.
A ideia é que a construção de um hotel seja postergada e que a reforma tenha início pela parte mais relevante para os planos do São Paulo, que é justamente a instalação de uma cobertura no Morumbi - vital para que o clube possa ter a sua arena multiuso para 25 mil lugares e, assim, receber shows de menor porte.
Deixando o projeto da construção de um hotel anexo ao Morumbi temporariamente de lado - relegado a uma segunda etapa da reforma -, o clube e a sua parceira nas obras fogem da obrigação de esperar por alterações na Lei de Zoneamento da cidade, o que tem se mostrado um processo muito mais lento do que se esperava - o clube acreditava que teria ajuda mais ativa da Prefeitura e da Câmara, o que não aconteceu.
Sem a inclusão do hotel, um alvará de reforma do estádio - semelhante ao que o Palmeiras obteve para iniciar a construção de sua arena - seria mais fácil e mais rápido de obter, segundo a avaliação da diretoria do São Paulo. Os dirigentes se baseiam nas informações passadas pela Andrade Gutierrez.
Nesse novo cenário, com um projeto menos ambicioso do que o apresentado com pompa no fim do ano passado, o clube e a empreiteira acreditam que em maio a obra começará para valer - até agora, os parceiros não passaram da fase de elaboração de projetos e orçamento.
TRÊS OBJETIVOS
A cobertura do Morumbi foi classificada no clube como um dos objetivos cruciais para o São Paulo atingir neste ano a fim de não perder terreno para seus rivais. Uma espécie de manifesto interno, que circulou entre os conselheiros no fim do ano passado - já depois dos fracassos do time em campo -, pregava três pontos aos quais o clube deveria dar prioridade: reforçar o time e voltar a disputar títulos, profissionalizar a captação de recursos com ações de marketing para competir de igual para igual em um mercado cada vez mais disputado e completar a cobertura do Morumbi para que o estádio continue a figurar entre os principais do País, mesmo depois da construção das modernas arenas que abrigarão os jogos da Copa do Mundo de 2014. Dos três objetivos, o único que ainda patina é justamente o da reforma do estádio.
O projeto total tem um custo estimado entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões. Outras melhorias menos complexas já estão em curso no estádio, como uma nova rede de internet de banda larga sem fio.

Fonte: Paulo Galdieri, Estadão
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