Fortes críticas de Leão e reação negativa da torcida nas redes sociais abalam camisa 7, que já faz diretoria se mobilizar 
Todas em momentos críticos. A pressão é algo que parece machucar o camisa 7, que recebeu no domingo apoio de pessoas influentes no clube. O vice de futebol João Paulo de Jesus Lopes, o capitão Rogério Ceni e o coordenador-técnico Milton Cruz conversaram e tentaram mostrar como virar o jogo.
– Não há reparo a fazer. Talvez a pressão por vitória ou um melhor posicionamento em campo pesem. Mas não culpo a comissão técnica, nem o jogador, que logo vai superar isso – afirmou João Paulo, que considera Lucas a grande joia do Tricolor.
Na segunda-feira foi a vez de Wagner Ribeiro, empresário do atleta e desafeto de Leão, criticar o treinador. Chegou a dizer que seu cliente é como uma Ferrari, carro da Fórmula 1, mas que não tem um piloto digno para dirigi-la. Cobra também uma postura diferente da diretoria, que por enquanto observa as críticas públicas e não cobra uma solução internamente.
As críticas têm feito mal a Lucas. Em quatro dias, Leão primeiro acusou individualismo e pediu solidariedade. Depois cobrou mais jogadas individuais. Lucas sente e não sabe o que fazer, até por não gostar de jogar só pela direita, sem liberdade para mudar. Pelo bem do time, eles precisam se entender.
BATE-BOLA
Wagner Ribeiro, empresário de Lucas, ao LANCENET!
Como analisa as críticas públicas do Leão ao Lucas?
As críticas ao jogador deveriam ser feitas internamente. O Lucas não é o mimado, como o Leão disse. Tem 19 anos, algumas carências e anseios, mas vive com a família, que é unida. Estamos sempre perto dele para ajudá-lo, ao contrário do que diz o treinador, que afirma que alguém o influencia para o mal fora do CT.
Mas por que Leão faz isso?
O Lucas é uma Ferrari, que está sendo mal dirigida pelo piloto, que não sabe nem sequer trocar a marcha do carro. Não quero me envolver na parte técnica, mas coloco as coisas como são. Falta respaldo, porque depois perde o título e diz que a culpa é do Lucas. Ele (Leão) diz que não sabe quem é o empresário do Lucas, mas claro que sabe. Não o conheço, mas não tenho simpatia alguma por ele.
BATE-BOLA
João Paulo de Jesus Lopes, vice de futebol, ao LANCENET!
Como vê as críticas públicas de Emerson Leão ao Lucas ?
Acompanho diretamente tudo que acontece. Tem muita exploração em cima de algo que não significa tanto para diretoria. O Wagner (Ribeiro) está desinformado, porque vimos tudo. Só precisa de ajustes. Vemos o esforço do técnico e do jogador, mas há um elenco em formação. Não daremos espaço para desgaste.
Conversou com o Lucas?
Durante a semana e antes do jogo. Está sendo um pouco pressionado, como outros jogadores, mas não vejo dificuldade. Não me trouxe reclamação e nem problema. Tem prestígio do técnico e da diretoria. É uma joia do São Paulo. Existe dificuldade tática de momento, mas que vão resolver conversando. A diretoria não acha que precisa tomar posição.
MENINOS TAMBÉM CHORAM
Expulso
O duelo contra o Santa Cruz, pela Copa do Brasil-2011, ficou marcado pela implacável marcação individual de Éverton Sena em Lucas. Depois de quase 180 minutos, na Arena Barueri, o jovem se desentendeu com o rival ao levar uma cotovelada e ambos levaram cartão vermelho. Enlouquecido, Lucas partiu para cima do árbitro Gutemberg de Paula Fonseca e foi contido pelo então técnico, Carpegiani. No vestiário, depois de chorar, ainda com olhos vermelhos, explicou: “Só queria entender os motivos. O cara me deu uma cotovelada e tive de sair de campo. Sou tranquilo, não queria confusão.”
Vetado
Lucas vinha em ótima fase no Paulistão do ano passado, foi o responsável pela equipe terminar a primeira fase na liderança, mas a maratona de jogos, que acumulou o Sul-Americano Sub-20, o estadual e a Copa do Brasil pesou justamente no momento decisivo. O meia-atacante sentiu dores na coxa direita no último treino antes das quartas de final, contra a Portuguesa, e foi vetado pelos médicos na concentração. Despediu-se dos parceiros, que pegavam o ônibus para Barueri, aos prantos por não poder atuar. Lucas também não jogou na derrota para o Santos, na semifinal.
ALTOS E BAIXOS DESDE AGOSTO/2010
Novo nome
Subiu da base como Marcelinho (apelido pela semelhança com o ex-corintiano) e encantou a torcida com dribles e gols. Pediu para ser chamado pelo nome e decidiu clássico diante do Palmeiras.
Confiante
Voltou da Seleção Sub-20 campeão e jogando muito bem. Solto pelo campo, conduziu time até se machucar.
Pós-Copa América
Lucas chegou rapidamente à Seleção de Mano Menezes, mas naufragou com a equipe no torneio e voltou mal. Sem repetir as atuações do primeiro semestre de 2011, deu início ao jogo pouco efetivo de dribles em excesso no ataque.
Com Leão
Iniciou bem, sendo sempre elogiado e voltou a fazer gols. Mas de repente virou alvo das críticas do técnico e passou a sofrer também em redes sociais.
Fonte: Lance