O São Paulo trata sua volta à Libertadores como obsessão, a prioridade do time nesta temporada.
Mas não só pela importância esportiva do maior torneio do continente.
Se o ego do são-paulino fica machucado quando vê, de longe, dois de seus grandes rivais duelarem por uma vaga na decisão da competição da Conmebol, os cofres do clube também sofrem longe da disputa sul-americana.
A estimativa da diretoria é que o São Paulo deixou de arrecadar pelo menos R$ 40 milhões nestes dois anos em que está fora da Libertadores.
A conta, segundo o diretor financeiro Osvaldo Vieira de Abreu, inclui a arrecadação com premiação, bilheterias, patrocínios e até a possibilidade de disputar o Mundial de Clubes em dezembro.
Hoje, contra o Coritiba, no Paraná, o time de Emerson Leão busca a classificação para a final da Copa do Brasil, o que o deixa a apenas dois jogos de conquistar uma vaga para a Libertadores-2013.
É também a chance de vencer um dos poucos títulos que ainda faltam na galeria de troféus do Morumbi.
A vitória por 1 a 0 na partida de ida, na semana passada, dá ao São Paulo a vantagem de jogar por qualquer empate hoje --até mesmo derrota por um gol de diferença, desde que o time vá às redes no Couto Pereira, serve.
O outro finalista será conhecido amanhã, quando o Palmeiras, também em vantagem, recebe o Grêmio.
A mobilização da torcida são-paulina na Libertadores é um dos principais fatores que contribuem para o aumento na arrecadação quando time participa do torneio.
Na última vez em que disputou a competição, em 2010, o São Paulo somou R$ 12,7 milhões só com bilheterias --fez seis jogos em casa até cair na semifinal contra o Inter.
Naquela Libertadores, a média de público no Morumbi chegou a 45 mil pagantes.
Cenário distante do que foi visto na Copa do Brasil.
Juntas, as bilheterias de 2011 (caiu nas quartas de final) e de 2012 alcançam apenas R$ 5 milhões --média de 25 mil pessoas por jogo.
"A Libertadores não é tão rentável, o Paulista paga melhor, mas é muito importante para o torcedor", afirma o vice-presidente de marketing do São Paulo, Julio Casares.
"Isso ajuda na ativação de patrocinadores, na venda de camarotes e faz o são-paulino consumir mais produtos, como camisetas", completa.
Fonte: Leonardo Lourenço, Folha