Lugano e São Paulo têm uma relação diferente da que estamos acostumados a ver no futebol atual.
O zagueiro deixou raízes profundas no Morumbi.
A direção o respeita muito, assim como Rogério Ceni, Milton Cruz e todos os funcionários que lá estão desde a passagem dele pelo clube.
O goleiro, por exemplo, além de admirar a postura do ex-companheiro ( diz que ele é a alma do time tricampeão da Libertadores e do Mundo em 2005), é amigo pessoal do uruguaio.
Lugano sabe que o São Paulo quer recontratá-lo quando ele se dispuser a voltar ao Brasil.
A cartolagem são-paulina, em todas as janelas de transferências, falou com o atleta para saber se ele pretendia retornar.
O zagueiro sempre considerou a passagem pela Europa uma experiência de vida importante para a ele e a família, além de ter trocado de equipe para vencer no futebol do velho continente, por isso nunca negociou o retorno.
Ele costuma dizer as pessoas próximas que gostaria de voltar ao São Paulo.
O Fluminense sondou Lugano.
Se fez proposta oficial, a direção do São Paulo sabe disso, tem detalhes da oferta e está se mexendo para trazê-lo de volta.
Não existe a possibilidade de Lugano tratar com qualquer time do Brasil sem o São Paulo ser avisado pelo atleta.
Coincidentemente, o diretor de futebol Adalberto Bastista não está no Brasil e as prioridades do clube são as contratações de outro zagueiro e de um meia canhoto.
Lugano, é óbvio, sempre está na pauta.
Só que o São Paulo não vai pagar salários em torno de R$700 mil tal qual os principais boleiros do Flu recebem.
Seria obrigado a aumentar os ganhos mensais de outros jogadores.
Nenhum time do país consegue manter as contas equilibradas gastando tanto.
Nem o próprio Fluminense. A Unimed banca os salários das principais estrelas do Tricolor.
Em suma, para Lugano retornar ao Morumbi, ou ele terá que abrir mão de grana ou torcer para o São Paulo conseguir colocá-lo em algum plano de publicidade.
Isso, repito, se ele quiser voltar nos próximos dias.
A janela de transferências será fechada na sexta-feira.
Opinião
Lugano tem excelente noção de cobertura, mas está longe de ser um jogador de alto nível técnico. Se atuar numa defesa desprotegida, vira um zagueiro comum.
Por outro lado, é líder dentro e fora de campo, sabe orientar os companheiros, não admite vê-los pouco empenhados na busca por vitórias.
É capaz de mudar a atitude da equipe.
Diferentemente de boa parte dos boleiros, entende o valor das camisas que vestiu.
Trabalha pelo time sem pensar em si mesmo. Se preocupa com o clube e seus torcedores.
Seria um grande reforço para qualquer time brasileiro.
Fonte: Vitor Birner