O correspondente especial do Blog do Navarro, o arquiteto tricolor Julio Prieto, esteve presente no Congresso Latino Americano de Construção Metálica. No evento, as empresas Projeto Alpha e Andrade Gutierrez, responsáveis pela obra, comandaram a Palestra Constru Metal 2012, com novidades bem interessantes sobre a reforma do Morumbi, além de imagens inéditas do projeto.
Clique nas imagens para ampliá-las.
Visão de dentro do estádio do setor da arena para shows
1. Ainda não foi definido se o prédio anexo será um hotel ou estacionamento. A questão está sendo discutida com investidores e ainda depende do aval da Prefeitura, que nas próximas semanas vai enviar para a Câmara Legislativa um projeto tratando do assunto, visando a alteração do Plano Diretor para viabilizar juridicamente a obra.
2. Segundo o engenheiro que coordena o projeto, Flávio D’Alambert, cogita-se a instalação de um telão com 4 faces sobre o campo, suspenso, como nos ginásios e estádios americanos. Caso não seja possível, outro tipo de telão deve ser instalado no estádio.
4. Uma maquete (imagens abaixo) já está praticamente pronta para os testes no túnel de vento no Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Esses testes servem para avaliar a estrutura em condições extremas.
Esse testes já devem começar a ser realizados na semana que vem, o que indica um nível avançado do projeto de estrutura.
Maquete para testes no túnel de vento
3. Ainda não foi definido se a cobertura será feita com telha de aço (imagem abaixo) ou película.
Foi encomendado um estudo junto à melhor empresa de gramados esportivos da Inglaterra para avaliar a opção ideal de material, capaz de proporcionar o conforto do público e ao mesmo tempo não comprometer a qualidade do gramado, que precisa da luz solar.
Cobertura do estádio poderá ser feita com telha de aço
5. Um dos pontos mais relevantes da cobertura é a proteção acústica, por conta do impacto sonoro dos eventos do estádio na vizinhança.
Por isso, foi contratado um dos maiores escritórios do ramo no Brasil, o mesmo responsável pela Sala São Paulo e pela Via Funchal. A escolha do material da cobertura também depende disso.
Corte da estrutura da cobertura
6. O estádio Castelão, de Fortaleza, é um bom parâmetro para o projeto da cobertura do Morumbi. Isso porque foi concebido pela empresa Projeto Alpha, a mesma responsável pelo estádio são-paulino.
O conceito é muito semelhante com exceção de algumas diferenças visuais e de execução. Logo abaixo, a imagem da montagem da cobertura do Castelão.
Cobertura do Morumbi será semelhante à do Castelão
7. A parte inicial da obra (os projetos de fundação e estrutura) já está em andamento, mas não pode ser concluída sem o aval da Prefeitura. A estimativa do Engenheiro Eduardo Fontenelle, da Andrade Gutierrez, é que essa etapa deve ter seguimento em setembro, o que denota certo otimismo em relação ao alvará.
8. O contrato com a Andrade Gutierrez deve ser assinado dentro de 1 ou 2 meses. Mas mesmo sem a assinatura, já foi aberta concorrência para a contratação da empresa responsável pela montagem da estrutura de cobertura do Morumbi.
Estruturas semelhantes às que serão empregadas na cobertura do Morumbi
Esse será o processo mais difícil e complicado da obra pois alguns pilares ficarão na rua interna do clube, sem acesso para máquinas grandes e pesadas. O sistema proposto pelas empresas deverá ser algo novo no mercado e servirá como critério para escolha do vencedor da concorrência.
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9. Todo o projeto já está sendo feito de uma forma global para que haja muita agilidade depois de aprovado, uma vez que a data de conclusão da obra não pode passar do início de 2014 .
Detalhe do sistema de suporte das pilastras
10. Acredita-se que a demora na liberacão do alvará pode ter motivos políticos e burocráticos. Isso porque, ainda segundo Fontenelle, os pilares projetados para a cobertura estão regulares e respeitando os recuos legais, não havendo motivo para objeções técnicas ao projeto.
11. A propósito, muitos torcedores tem questionado sobre um possível pedido de tombamento do Morumbi, informado pelo Blog do Paulinho. Contudo, o risco de qualquer empecilho é mínimo, na medida em que não há argumentação necessária para tanto.
Trata-se mais de uma tentativa de atrasar a concessão do alvará do que de uma chance real de tombamento, que só ocorre em casos excepcionais. E mesmo que ocorra o tombamento, isso não impede a obra, mas apenas condiciona o alvará à análise do Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico).
Como se nota, não é uma obra simples, mas exige toda uma complexa logística, e dependendo ainda do trabalho de outras empresas, bem como de questões políticas na Prefeitura. Mas a expectativa é positiva e em breve poderemos contemplar um Morumbi ainda mais imponente.
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Agradeço ao @JulioPrieto pela excelente cobertura do evento e consultoria sobre o tema. Sem ele, não seria possível compartilhar essas informações com o torcedor são-paulino.
Fonte: Blog do Navarro