O futebol brasileiro se lembrou de Robinho.
Empresários espalharam que a direção do Milan está disposta a liberá-lo.
E atiçou o interesse de Grêmio, São Paulo e Atlético Mineiro.
O Santos insiste na volta do jogador desde que 2010, quando acabou seu empréstimo.
O atacante sabe que o Brasil se tornou um oásis na crise mundial.
Há condições de receber cerca de R$ 1,5 milhão que deseja ganhar, de acordo com empresários.
O Santos está na frente.
Luís Álvaro já o queria aqui este ano, o do centenário santista.
Mas foi impossível.
A direção do Milan estava irredutível e ele também quis ficar até o final de 2012.
Tinha esperança que o clube fizesse grandes contratações.
E de que voltaria à Seleção atuando bem na Itália.
Nada deu certo.
Sua temporada foi péssima.
Chegou a ficar muitos jogos na reserva.
E até a nem ser relacionado.
Só voltou a ser titular neste final de ano.
Mano se esqueceu completamente dele.
Em janeiro de 2013, Robinho completará 29 anos.
E já descobriu que o futebol europeu não foi nada do que esperava.
Em 2005, ele e Wagner Ribeiro forçaram sua saída do Santos.
Foi para o Real Madrid.
Seu discurso era direto, objetivo e nada humilde.
"Estou indo para o Real para ser o melhor jogador do mundo."
Iria se arrepender por cada palavra.
A frase resumiu para os atletas do clube de Madrid o 'narcisismo do brasileiro'.
Ele nunca gozou de bom relacionamento com os jogadores importantes do Real.
Principalmente Raul, o líder do boicote.
Do sonho de melhor do mundo, Robinho se tornou um atleta negociável.
O atacante havia combinado com Luiz Felipe Scolari.
Iria reforçar o Chelsea.
Mas o acordo vazou.
E a diretoria do Real para punir o brasileiro aceitava vendê-lo para qualquer clube.
Menos o Chelsea.
Wagner Ribeiro acabou aceitando.
E levou Robinho para o Manchester City.
O jogador ficou profundamente decepcionado.
A tal ponto que dispensou Wagner Ribeiro do controle de sua carreira.
Sem motivação para atuar na equipe de Manchester, acabou se indispondo com todos no clube.
Principalmente com o treinador Roberto Mancini.
Passou a não ficar nem no banco.
Convenceu os árabes donos do clube que seria valorizado voltando ao Brasil.
Tanto pediu para sair que acabou conseguindo ser emprestado para o Santos.
Chegou em janeiro de 2010.
Tinha como meta disputar a Copa do Mundo da África.
Dunga afirmou que só o levaria se estivesse atuando.
Conseguiu mais do que isso divertiu com Neymar e Ganso pelas noitadas.
E de lambuja, venceu o Paulista e a Copa do Brasil.
Disputou o Mundial e amargou a dura eliminação para a Holanda.
Mas despertou o interesse do Milan, que o contratou.
Interessante a oscilação do preço do brasileiro.
O Real Madrid pagou 30 milhões de dólares, cerca de R$ 60 milhões ao Santos.
A direção do Manchester City pagou R$ 96 milhões por ele.
Já o Milan desembolsou menos da metade, R$ 40 milhões.
Houve um encantamento de Mano Menezes por Robinho.
Mesmo jogando mal no Milan, era titular absoluto do time.
E chegou até a ser capitão da Seleção.
Mas depois do fracasso na Copa América do Paraguai, passou a ser esquecido.
O jogador também travou uma batalha contra a Nike, que o patrocinou por nove anos.
A Nike é grande parceira comercial da Seleção Brasileira.
Mano não permite que ninguém relacione uma coisa à outra.
Na prática, o treinador o esqueceu.
Mas o atacante não se conforma.
Tem a certeza de que se voltar a um grande time brasileiro, vai disputar a Copa de 2014.
O Santos oferece o jovem Felipe Anderson e mais uma quantia pelo jogador.
A direção do Grêmio fez mais mandou um emissário para tentar fechar com o atacante.
As negociações com o clube gaúcho prosseguem.
Vanderlei Luxemburgo telefonou ao atacante.
Prometeu um time para ganhar a Libertadores em 2013.
Assegurou que será o caminho mais rápido para a Seleção.
Estratégia bem parecida com a do São Paulo.
Atuar de novo com Paulo Henrique Ganso é algo bem atraente para Robinho.
E dinheiro não falta.
Há os pouco mais de R$ 80 milhões que sobraram ao clube pela venda de Lucas ao PSG por R$ 107 milhões.
O Atlético Mineiro, de Kalil, corre por fora.
Oferece a chance de dividir a responsabilidade com Ronaldinho.
Um salário milionário, um time muito forte.
A Libertadores e Carlinhos Neves, preparador físico e braço direito de Mano.
Robinho, por enquanto, deixa a direção do Milan fazer seu leilão.
Não quer se envolver para não se desgastar com quem não ficar com ele.
Principalmente se for o Santos.
Das quatro equipes envolvidas, a mais confiante não é a de Luís Álvaro.
Nem o São Paulo.
A cúpula gremista tem certeza que o trará no final do ano.
Fabio Koff está mais do que animado, está empolgado.
Quer marcar Robinho como sua primeira contratação de peso.
Mas se cala.
Luxemburgo não se contém e deixa claro com sorrisos que a negociação está adiantada.
Santos, São Paulo e Atlético Mineiro não desistiram.
Prometem lutar até o fim por ele.
Na verdade é enorme a chance de Robinho desembarcar no território nacional.
O homem que prometia ser o melhor do mundo e nunca foi.
Mas pelo menos enriqueceu na Europa.
E agora terá a chance real de se mostrar para Mano de novo.
Refrescar sua memória.
E voltar à Seleção.
Na reserva do Milan é que jamais seria lembrado.
E o leilão prossegue...
Fonte: Cosme Rimoli